Retiro 2017
No passado mês de Março, decorreu o primeiro retiro de mulheres Círculo Perfeito – em Janeiro as inscrições já estavam esgotadas.
Passámos 3 dias “a trabalhar” e em partilha a uns kms de Lisboa.
Os workshops do CP são uma viagem, um contínuo, que nos encaminha até um enorme: “quem sou Eu?”
Assim, o desafio que lancei às mulheres que se juntaram a mim foi o de uma reflexão séria sobre si próprias; Três dias de conteúdo de base terapêutica que nos levou, a todas, semanas a digerir.
O resto foram práticas “simples”: partilhar estórias, praticar o silêncio, aprender a ouvir e a isentar-nos de julgamentos, interiorizar e praticar “a minha responsabilidade” por onde passo. O b-a-bá da felicidade ?
Aprende-se muito entre mulheres.
E saio sempre a sonhar com um mundo onde a humildade e a empatia nunca nos falha.
Foi muito bonito ?
Mas não acreditem em mim!
Tirem uns minutos para se sentarem confortáveis e aqueçam o coração com os testemunhos de quem por lá esteve:
Trouxe-me perguntas. Assim perguntas férteis e grávidas que vão parir, no meu tempo, respostas muito boas (ou as que tiverem de ser).Mais do que coisas resolvidas trouxe-me consciência de quais as perguntas onde vale a pena investir e outras que não trazem nada de novo e é melhor largar.Trouxe-me a confirmação de que somos todas mulheres, mulheres entre mulheres e que tantas vezes me esqueço disso.Dei por mim aqui há uns dias quando estava a andar na rua, a cada mulher que passava por mim via-lhe beleza, assim uma sensação de irmandade e de amor em jeito de “estamos juntas” (agora que penso, também senti isso com os homens, mas com as mulheres é mais intenso, talvez porque o “desamor” também é mais intenso muitas vezes).Reforcei o sentimento de sororidade e a ideia de que “não está fácil para ninguém” por isso a tolerância é bem vinda.Ainda há uns dias aceitei uma opinião da minha mãe sobre a minha vida que, noutra altura, me teria feito trepar paredes. Percebi que é o ponto de vista dela. E depois da conversa o assunto ficou encerrado.Com a minha irmã também noto uma relação mais fluída, parece que aumentou a tolerância e o amor e com eles se desbloquearam algumas tampas que estavam a impedir o fluxo.Reforcei a ideia de que tudo tem um tempo certo, de que não vale a pena remar sofregamente contra a maré. Sentar e aceitar. Sem comodismos mas sem ansiedades também.Trouxe (…) a certeza de que, neste momento, estou a aproximar-me mais da menina Marta e do que ela gostava de fazer.Trouxe irmandade, trouxe um bocadinho das partilhas de cada uma. Parece que de alguma forma criamos um laço e dou por mim e pensar como estarão cada um de vós.Este CP III veio mesmo no tempo certo.Obrigada por teres tido a coragem de o fazer. Marta
O que eu trouxe comigo do CP3 Inicio este texto praticamente um ciclo após o CP3. Refleti e refleti… Sinto que ainda não me permiti a mim mesma sentir todo o impacto que aqueles três dias tiveram em mim. Mas alguns dos efeitos foram mais imediatos. Comecei a dormir e a sentir uma necessidade de dormir como já não me lembrava há anos, quase como que se devesse isso a mim mesma. Passei a adorar aquele momento de silêncio e tenho vindo a praticá-lo praticamente todos os dias, como se fosse uma necessidade biológica tal como o dormir ou o comer.
Ouço-te a ti, Patrícia, e a todas vós, incontáveis vezes durante o dia na minha cabeça e dou por mim a dizer as vossas palavras em voz alta. E não consigo exprimir ou descrever o quanto isso me tem ajudado, em especial durante este ciclo, que me foi particularmente difícil. Fez-me tão bem escutar-vos, poder ter o privilégio de aprender e partilhar convosco. É quase como se sentisse uma força invisível que nos une e interliga. Todas diferentes, mas todas a mesma.
O CP3 ajudou-me também a perceber me falta sentar e aceitar muitas coisas, mas que há outras que não quero aceitar, mas que tenho de me tornar a flecha para as conseguir mudar… que as coisas não são boas nem más, são o que são, e por isso não posso continuar a sacudi-las…
Passei a estar um pouco mais atenta às subtilezas do meu ciclo e como as correlacionar com a lua e tentar perceber de que forma as posso usar a meu favor. Tenho tentado usar a mandala mas ainda me falta um pouco de perspicácia na análise mas, tudo no tempo certo.
Este foi um ciclo atípico em termos de acontecimentos, mas só o facto de me ter permitido passar e viver todas as fases do mesmo apesar de tudo (noutras alturas ter-me-ia colocado em modo stand-by), devo-o a ti, Patrícia, e todas vós, e por isso vos estou imensamente grata. Senti que todos os temas abordados durante o CP3 foram interessantes e úteis e sei que consegui retirar algo de todos eles. O tema da ferida paterna, em particular, bateu um pouco mais forte, mas será algo que terei de processar. Sinto que queria meditar um pouco todos os dias, mas o medo ainda prevalece…
No fim, fica apenas a sensação que soube a pouco, que somos tão imensas e tão nós, e isso é tão bom, que a estranheza e desconforto inicial se transformaram em saudade. Regresso várias vezes a Mafra, para vos ver, para vos ouvir e para aprender convosco. Levo-vos a todas no coração. Margarida
Para além de laços, trouxe algumas ferramentas para atender melhor a algumas necessidades decorrentes do ciclo menstrual, algumas respostas que procurava, através do entendimento de certos comportamentos e formas de ver a vida e as situações, perceber que há sempre duas luas…
O que mais me ficou gravado foi “somos todas a mesma, em vidas diferentes”, e que mudou completamente a minha maneira de ver e agir perante certas mulheres, antes de julgar, não obstante haver algumas que enfim, só à chapada (brincadeirinha); e aquela explicação do cérebro, da mente consciente e do inconsciente, de como funciona a nossa mente e como isso às vezes nos pode condicionar. Acho que essa explicação devia ser dada em qualquer CP3!!! Mia
Muita coisa boa.
Para início, e como temos referido no nosso grupo, uma ligação a um conjunto de mulheres que, não sendo fácil de explicar, é totalmente sentida! Veio também uma paz de espirito, determinação e incentivo para tirar tempo para um Eu interior, que me permite sustentar as minhas decisões e opções de vida. A importância que esta disponibilidade de me ouvir tem para a minha serenidade, felicidade e boa relação com a Comunidade em que me insiro.
A acrescentar a tudo isto, uma vontade de um CP4, ou de um remake deste, pegar e repetir este período que foi tão bom, algures no tempo, para ter a sorte de o viver novamente ?
Um muito obrigada tanto à Patrícia que o tornou possível, como a todas as participantes pela partilha e pela ligação estabelecida, todas foram (e são!) importantes para as coisas boas que eu tive a oportunidade de trazer comigo. Joana
Há sempre a tendência para nos calarmos e nos deslumbrarmos a ouvir-te, mas sem dúvida que a partilha de experiências e pontos de vista entre as participantes é essencial para conseguirmos otimizar o que retiramos destes workshops, pois só assim se consegue perceber a outra, ver que a diversidade existe na mesma medida em que existem mulheres, cada uma com a sua lua….and that’s just fine ?
O CP3 deu-me a confirmação de que encontrei o meu caminho e o estou a seguir a meu tempo, mas agora com mais algumas ferramentas para me ajudar. Acima de tudo trouxe paz, aceitação, alguma libertação. As coisas são como são, não vale a pena chorar o passado porque foi apenas uma lição para encontrar o meu caminho. A diferença é que quando mudei de direção não tinha consciência do porquê de o estar a fazer e hoje sei: nada é obrigatório, as escolhas de ontem não têm de ser as de hoje ou de amanhã e, graças ao CP3 (graças a ti, Patrícia), percebi que não tenho de me martirizar a achar que foi um fracasso pessoal. Antes pelo contrário, pois serviu para me encontrar e para perceber que não há mal nenhum em ouvirmos o nosso coração (o nosso útero!?) e mudar o que não nos serve mais.
“Senta-te e aceita!” Mónica
A partilha de intimidades com desconhecidas sem julgamento. Muito agradável a sensação de baixar armas e de gentileza generalizada. La Salete
O CP3 trouxe-me novas ferramentas para usufruir do meu ciclo e de um melhor entendimento de mim mesma. Trouxe-me a maravilhosa consciência de que estamos juntas, todas as mulheres, somos uma.
Lia sobre isto, mas nunca tinha sentido assim – o poder sagrado que todas temos de sermos uma só. Foi, para mim, uma das melhores e maiores descobertas desta experiência. Penso muito em todas nós. Tenho a fotografia da sala, que partilhei convosco, no meu visionboard e de manhã, quando acordo e vejo a luz do sol a incidir no quadro, sinto uma onda de serenidade.
E aprendi, na verdadeira força da palavra, que tenho que olhar melhor as pessoas quando falam comigo. Percebi que estava muito focada na resposta que eu tinha que dar a seguir, nem sei bem porquê. O que pretendia eu?! Dar a resposta certa? Fazer sempre bem e dizer sempre o que correto? Não sei mesmo… O exercício que fiz com a Margarida foi revelador: enquanto ela falava sobre o seu objeto de poder observei-lhe o rosto e a forma como se abria, como ficava iluminada. Percebi o sentido das suas palavras de forma mais intensa e no final só fiquei a sorrir-lhe, na verdade sem sentir necessidade de lhe dizer nada. Que magia! Que maravilha de descoberta!
E depois há a forma como nos conduziste, Patrícia, de forma tão generosa, no caminho desses dois dias. Combinei comigo mesma que não iria formar expectativas sobre o que poderia acontecer. Mas tinha receio de combinar comigo uma coisa e fazer outra! Durante os dois dias convosco percebi que tinha conseguido não esperar quase nada, pelo que tudo o que foi acontecendo foi recebido com gratidão. Acho que essa foi uma das minha maiores aprendizagens no último ano: recebo o que a vida me dá e fico feliz com isso. Seja porque trabalhei muito para o receber, seja porque a vida é generosa comigo. Aceito ser feliz. E por isso, quando alguém que não esteve connosco me pergunta como foram estes dias convosco, respondo a sorrir que foram dias de felicidade consciente, existência consciente.
Este CP3 trouxe-me maior consciência de mim.
Quando nos deitámos e nos conduziste pelo conto maravilhoso, senti-me totalmente conectada com as mulheres presentes. Foi um momento inesquecível. Senti o meu útero aí mesmo (…) Senti Amor.
Não há palavras para te descrever como estou grata por estes dias. Cresce dentro de mim a vontade de devolver à natureza esta dádiva, de honrar as mulheres árvore que conheço. Comecei pela linha matricial, encontrei paz numa relação difícil e frágil com a minha avó. Grata. Cláudia
O CP3 não foi assim uma tempestade na minha vida (…) mas para ser honesta, acho que ainda não tive tempo para parar e reflectir… Ou simplesmente parar para abrir espaço para chegar o que tenha que chegar (em termos de informação). Acho que ainda não ‘bateu’ forte… Mas vou pensando nalgumas coisas… Mas principalmente acho que serviu para me despertar, para perceber que quero ser diferente… Ser mais eu, mais genuína. Marta
A primeira vez que falei com a Patrícia, há quase 1 ano atrás, não sabia muito bem o que procurava. No caminho que estava a percorrer estavam já presentes temas como o controlo natural de fertilidade, utilização de menos químicos, alimentação consciente. No meu caso, e não tirando importância a todo o meu percurso antes da maternidade, foi sem dúvida o pós-parto que me fez iniciar esta viagem.
Tenho feito este caminho, caminhando, não olhando muito para trás, nem para grandes mapas.
É realmente interessante conseguir olhar para trás e ir ligando os pontos, e ver sentido da “voz” da Patrícia na minha cabeça “tudo no tempo certo” – uma das primeiras coisas que “ouvi” na minha cabeça ainda sem ter ouvido a tua voz, nos primeiros e-mails que trocamos. Cada vez mais confio no nesta frase mas este caminho também me tem ensinado a importância de me saber (e aprender a me ) ouvir.
O CP3 veio, como seria de esperar, no (meu) tempo certo.
Trouxe comigo uma mala ( e a alma) cheia. Ainda não tirei tudo lá de dentro, nem sei quando o farei.
Trouxe-vos a todas no coração. Sinto-nos conectadas numa teia invisível mas potentíssima.
No CP1 iniciei um novo ciclo, e agora no CP3 novamente. Não foram/estão a ser ciclos de ruptura, mas antes de continuidade, de um funcionamento melhor das “engrenagens”.
No CP3 interiorizei o significado das fases do ciclo, os arquétipos e as fases da lua. Saí de lá com uma mandala que não sabia se ou quando ia usar mas que dei por mim a utilizar já neste ciclo. Estou a ter o prazer de poder experienciá-las desde logo com uma nova consciência. Consciência esta que me faz mais dona de mim, das minhas vontades e propósitos, do meu caminho, mais equilibrada, mais focada, mais serena.
Comecei a escrever mais. Comecei a estar menos tempo on-line, para ter mais tempo de qualidade com a minha filha, e também comigo mesma. (Por isso só hoje estou a passar a palavras o que já está aqui na minha cabeça há alguns dias). A querer menos quantidade (de informação, de coisas para fazer, …) e mais qualidade.
Tomei a decisão de deixar ir uma parte do meu trabalho, muito bem vista por todos à minha volta e em especial a minha mãe (estava a começar a lançar a “minha” carreia a solo e a construir uma “carteira” de clientes) mas que não estava a ser aquilo que eu quero para a minha vida.
Percebi que tenho de construir mais “ninho” dentro de mim para o bebé que aí virá, e que isso passa principalmente por continuar no caminho que estou, mas com essa consciência.
Estou a sentar mais, a respirar mais, a ouvir-me mais. Já comecei a ser flecha, (ou pelo menos algumas flechas pequeninas) Marta
Não podia ter tido melhor grupo para este pontapé de saída (ou de chegada, dependendo do ponto de vista).