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- Publicado: 18/09/2017
- Categoria: Contraceção Hormonal
Pílula do dia seguinte
Vamos falar sobre a pílula do dia seguinte?
Antes de tudo quero dizer-vos que nasci num mundo analógico, sem contraceção de emergência disponível e sem IVG’s no SNS – já sou “isso tudo de crescida” ?
Ter sexo adolescente no meu tempo não era muito diferente do que é hoje, pelo que me contam as miúdas que me visitam, mas não havia uma solução de S.O.S. para os “imprevistos”. Nessas alturas, aguardava-se ansiosamente a chegada da menstruação, unhas roídas até aos cotovelos e a certeza que, caso “houvesse azar”, não havia saídas fáceis…
Mas a pílula do dia seguinte não é assunto (só) de adolescentes. É assunto de mulheres jovens e adultas, que não querem filhos, que não querem mais filhos, que não os querem agora, ou deste parceiro…
Em Portugal, infelizmente, a colocação temporária do DIU – nos dias imediatamente seguintes ao ato sexual – não é prática corrente como contraceção de emergência como acontece em vários países. Por isso, termos, ao dia de hoje, uma solução destas disponível é, indiscutivelmente, uma coisa boa.
E é preciso entender que a “contraceção de emergência” é isso mesmo, uma solução de “emergência”, ou seja, uma alternativa à tua contraceção contínua, e que te oferece a possibilidade de intervires num cenário de S.O.S.
A pílula do dia seguinte é habitualmente disponibilizada num comprimido de toma única, composto de 1,5mg de levonorgestrel que é vendido sem receita médica e sob várias marcas, na farmácia mais próxima de ti e é sobre esta que vou falar (existem outras: em 2 comprimidos de 0,75mg de levonorgestrel e ainda uma pílula de acetato de ulipristal).
Aqui o que precisas saber:
- Por muito ansiosa que estejas com a situação, lê SEMPRE a bula que acompanha a contraceção de emergência que te foi vendida (e/ou fala com o farmacêutico se tiveres dúvidas que não encontres respondidas aqui)
Como se toma?
- A maioria apresenta-se como 1 comprimido de 1,5mg de levonorgestrel de dose/toma única.
Quando se toma?
- Até 72horas após o ato sexual.
Eficácia (refª à hora da toma):
- primeiras 24horas: 95%
- entre 25h a 48horas: 85%
- entre 49h a 72horas: 58%
Como funciona?
- a dosagem do comprimido atua sob 3 formas:
- inibe a libertação do óvulo;
- previne a fecundação;
- previne a nidação do ovo no útero.
Efeitos Secundários Comuns
- Diarreia
- Vómitos, náuseas
- Dores de Barriga e de cabeça
- Tensão mamária
- Tonturas
- Fadiga
Advertências
- Se já estás grávida, a pílula do dia seguinte não é eficaz.
- A eficácia da pílula do dia seguinte parece ser reduzida em mulheres com mais de 80kg.
- Não deves repetir a toma da pílula do dia seguinte num mesmo ciclo menstrual;
- A toma da contraceção de emergência não te protege o resto do ciclo;
- Se vomitares nas primeiras horas após a toma do comprimido, podes não ficar protegida de uma gravidez indesejada; Pode ser aconselhável fazer nova toma – fala com o teu médico ou farmacêutico;
- O teu ciclo menstrual pode ficar alterado;
- Quando mais vezes fizeres uso da contraceção de emergência, maior a probabilidade de alterares o padrão do teu ciclo;
- Se estás a amamentar deves suspender a amamentação durante um determinado período após a toma: fala com o teu farmacêutico ou consulta a bula.
- Se a menstruação não aparecer até 5 dias depois da data prevista, faz um teste de gravidez.
NOTA: a pílula do dia seguinte NÃO É uma pílula abortiva.
A maior vantagem de praticar MNF é o facto de sabermos se estamos num dos 6 dias do ciclo em que estamos férteis, pelo que se evitam tomas desnecessárias de contraceção de emergência que – repito? – deve ser apenas isso mesmo: uma solução de emergência.
Resta terminar recordando que apenas o preservativo te protege de infeções sexualmente transmissíveis, pelo que se não estás numa relação fixa e/ou monogâmica com testes negativos (teus e do teu parceiro) a infeções sexualmente transmissíveis, o uso do preservativo é sempre imperativo ?
Bons Ciclos!