posição para engravidar

A melhor posição para engravidar

“Qual a melhor posição para engravidar?”

Vamos começar pelo princípio: o sexo é suposto ser uma dança a dois, excitante e deliciosa. Mas quando se tenta fazer um bebé, ao fim de algum tempo, e para muitos casais, o sexo pode ser tudo menos isso: é mais uma tarefa na lista, muitas vezes com hora marcada, mais um “temos de”… e, convenhamos, a vida já está cheia disso.

Portanto, acrescentar ao rol de obrigações quotidianas o peso de ainda ter de dominar um kamasutra reprodutivo é não só dispensável como, em rigor, completamente infundado (apesar da quantidade de informação que habita os meandros da internet e as revistas femininas).

O básico passa por “pénis na vagina e ejaculação”. Isto é o óbvio. E qualquer que seja a posição que escolhas (missionário, de quatro, cowgirl, conchinha ou outras de cariz acrobático) o esperma vai ser sempre depositado onde é suposto: no canal vaginal e à entrada do colo do útero.

Porém há uma posição que faz milagres – e neste caso, o milagre da vida acontecer: a posição de “controlo”. ?
Qual é? É aquela em que identificas os teus dias férteis e com isso controlas a tua fertilidade e decides o que fazer com ela.
Caso contrário, “alguém de fora” tomará essa posição e o momento da conceção deixará de ser uma dança a dois para ser um baile de muitos.

Por isso, toca a ir para lá do “básico” (pénis na vagina + ejaculação) porque só isto não chega.
O “básico” fora dos teus dias férteis são um adeus a um ciclo de tentativas e nesse caso podes aguardar a tua menstruação serenamente porque esse mês não conta. Porque só estás de facto a tentar se souberes o que estás a fazer. O resto, é lotaria pura e espaço para deceções…

Para assumires uma posição de controlo só precisas de conseguir responder à pergunta: “Estou fértil hoje?”; E se tens muco fértil e o colo de útero aberto, “hoje” é um bom dia (e não, nem sempre as tiras e testes de ovulação batem certo e NÃO! a app que usas não sabe mais do que tu). ?

Falta acrescentar que nem todas as ejaculações são tiro-e-queda.
A contagem, a qualidade e a endurance dos espermatozóides do teu parceiro são importantes e o timing do sexo reprodutivo deve ter isso em conta. Se tens dúvidas sobre a qualidade do contributo do teu parceiro, podes, por via das dúvidas, reduzir a atividade para dia sim, dia não, por exemplo.

Se tiveste uma candidíase, uma infeção, um tratamento ginecólogico recente, pode ser boa ideia repores o teu pH vaginal.
Se te limpas e/ou lavas logo a seguir ao sexo, tudo bem, desde que não faças duches vaginais!

“OK… mas e quanto tempo é recomendável ficar de pernas para o ar/ a fazer o pino depois de terminar?”
Nenhum! ? Acaba sempre por “sair qualquer coisa” mas não vai ser um yoga invertido pós-coital que te vai aumentar as probabilidades – não há evidência nenhuma que suporte nem esse mito da conceção nem o da anti-gravidade aplicada às tentativas

Estima-se que 10 minutos sejam o tempo necessário para os espermatozóides chegarem “à meta”, portanto o melhor a fazer é aproveitar e desfrutar do sexo: o tempo de recuperares o fôlego e saíres de extâse é o suficiente para o sprint da vida.
E  se não engravidares neste ciclo [vamos a números? um casal fértil tem apenas 25% de probabilidade de engravidar a cada ciclo!], pelo menos “aproveitas a viagem”.

Bons Ciclos!

Fonte: European Society of Human Reproduction and Embryology – Fertility Conference, Helsínquia 2016