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- Publicado: 13/04/2020
- Categoria: Ciclo Menstrual, Fertilidade, Informação
Para que serve a monitorização do ciclo? – parte II
(este texto é a continuação deste post)
Os eventos do ciclo menstrual são geridos pelo eixo HPO, começando com uma sinalização do hipotálamo (H) à pituitária (P – em português tb chamada de hipófise) para dar início à estimulação dos folículos nos ovários (O).
(Nota: nem todos os ciclos duram 28 dias e apenas 24% das ovulações ocorrem a dia 14 ou 15 de ciclo. Os 28 dias de ciclo são comummente – e problematicamente – tidos como o standard de duração do ciclo menstrual.)
Esta comunicação tripartida é delicada e responde a factores internos e externos como doença, viagens, stress e alimentação. A ovulação pode ser atrasada se o teu corpo sentir necessidade de dar priorizar a tua saúde em detrimento de uma gravidez.
Após a ovulação, o corpo produz progesterona durante a fase lútea (9 a 16 dias) para dar suporte a uma eventual gravidez. Se o óvulo não for fertilizado, o revestimento uterino liberta-se e aí tens o teu período.
Os ciclos mudam durante a nossa vida fértil mas também podem variar a cada mês, contudo podes aprender a ler os indicadores de fertilidade e com isso ficares apta a monitorizar flutuações e aperceberes-te do teu padrão único de ciclo e fertilidade.
Há apenas um segredo para a monitorização bem sucedida: consistência.
Os primeiros dois meses serão os que exigem mais esforço mas depois disso, e sobretudo se estiveres a ser acompanhada por uma instrutora de um método de fertilidade, faz-se com uma perna às costas.
Precisas de motivação para começar? Olha o que a monitorização de ciclo pode ajudar-te a fazer:
1. resolver o puzzle
Reunir informação sobre o ciclo vai ajudar-te a identificar o que pode estar a causar alterações.
Podes dar-te conta que a ovulação está atrasada, que a fase lútea está curta, que tens pouco muco cervical, temperaturas baixas ou um spotting errático.
Vais conseguir ver todas estas coisas em gráfico e se trabalhares com alguém com um olhar integrado da saúde da mulher e da fertilidade, vais conseguir endereçar a causa e resolver.
A monitorização de ciclo é uma ferramenta de pré-diagnóstico.
2. a encontrar a tua janela fértil
Fazer gráficos vai ajudar-te a encontrares a tua janela fértil – a verdadeira! – não a do “14 dias depois do período” que tantas apps continuam a usar.
Só estás fértil cerca de 6 dias por
ciclo: o dia da ovulação e os 5 anteriores (que é o tempo que o esperma
consegue sobreviver em ambiente uterino).
Monitorizar os indicadores de
fertilidade vai permitir-te, com tempo, reconheceres quando estás fértil para
que possas:
- Engravidar mais depressa – os estudos mostram-nos que as mulheres que monitorizam os ciclos apresentam uma probabilidade 5 a 7 vezes mais alta de concepção
- Evitar uma gravidez – se seguires de forma correcta e estrita as regras do teu método natural de fertilidade, ele pode garantir-te até 99.6% de eficácia.
Ao contrário do que muitos pensam, a monitorização é ideal para mulheres com ciclos irregulares ou com síndroma de ovários poliquísticos . Para elas, é ainda mais importante conseguir identificar o seu padrão de fertilidade.
3. a seguires o teu ciclo e encontrares o teu ritmo
Quando estás a par do que se passa com o teu corpo, consegues adaptar-te e fluir ao ritmo do teu ciclo e do teu próprio, aprendendo assim a tomar melhor conta de ti.
Podes não acreditar mas o ciclo declara-se em ti com diferentes níveis de energia, sono, disposição e humor, etc.
Quanto mais conheceres o teu ciclo, mais te conheces a ti.
Podes fazer os teus gráficos a papel e lápis ou podes usar uma das inúmeras apps para o efeito.
Podes querer experimentar a Kindara, a fertility Friend ou a Ovuview.
Com estas vai ser possível registares a tua temperatura basal, o teu muco cervical e posição do colo do útero, quando tiveste sexo, resultado de testes de ovulação, a linha de base, mudança de temperatura padrão, ou notas pessoais. Uma vista panorâmica para a tua saúde geral, na verdade!
Não te preocupes se te soa complicado. É assim com a primeira vez de (quase) tudo. Este caminho também se faz ao caminhar.
Para já, só quero que saibas que monitorização de ciclo é uma ferramenta poderosa e valiosa.
Começa pelo ebook, marca uma sessão e toma as rédeas da tua saúde.
Bons ciclos e até já!
NOTA: Este texto foi escrito por mim, originalmente em inglês e a convite da Tempdrop, para abertura do “Manual de introdução à monitorização de fertilidade” em Setembro de 2019, escrito por 7 instrutoras de métodos naturais de fertilidade de vários países: única portuguesa com muito orgulho! 🙋🏽♀️💪🏼
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