o nome das coisas

O nome das coisas

O “nome das coisas” importa quando procuramos ajuda. Mas importa também por uma simples questão de literacia corporal e sobretudo porque não nos podemos responsabilizar por algo cujo nome desconhecemos…

Há alguns anos atrás, o artista inglês Jamie McCartney construíu um políptico de 9 metros com moldes de vulvas de centenas de mulheres que se voluntariaram para participar num projeto que durou 5 anos a produzir, com o objetivo de travar o clima de ansiedade genital e educar a sociedade.

Apesar do nome, A Grande Muralha da Vagina, o que o projeto apresenta são, na realidade, vulvas de mulheres entre os 18 e os 76 anos de idade – entre elas, mãe e filha, gémeas, mulheres em pré e pós-parto, transgénero, etc. distribuídas por 10 painéis.

Apesar da referência às vulvas ser explícita, tanto no website como na explicação do projeto, continuo a achar que de alguma forma o nome escolhido para a instalação contribui para perpetuar a dificuldade de muitos em distinguir o que é o quê.

Por via das dúvidas: a parte externa, é a vulva; a interna, a vagina ?

Numa sociedade onde a pornografia nos invade com vulvas teen, de lábios praticamente inexistentes e rosadas, e onde o número de vulvoplastias/labioplastias aumenta de ano para ano, é preciso encontrar a norma. E esta está, em bom rigor, na diversidade.

Mas nada como começar do início: vulva e vagina – “uma coisa é uma coisa, a outra coisa é outra”.

E se tiveres uns minutinhos livres, vale a pena espreitar o making of  do “The Great Wall of Vagina” aqui.