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- Publicado: 12/06/2018
- Categoria: Contraceção Hormonal, Contraceção Não-hormonal
Afinal, qual é o melhor contracetivo?
O melhor contracetivo é o que tu escolheres com base em decisões informadas, tendo em conta o teu histórico clínico e a fase de vida em que te encontras. PONTO. (e este post podia acabar aqui!)
Não há certos nem errados aqui. Só há escolhas e estas têm de responder às tuas necessidades diretas e imediatas.
Estamos em 2018 2019!
Podemos – e queremos – viver uma sexualidade tranquila, livre de sobressaltos.
Dizer que a contraceção hormonal, sob qualquer das suas formas, não serve a ninguém, é tão tonto quanto achar que o Método Natural de Fertilidade serve a todas ou em todas as fases da nossa vida.
Vejo mulheres a precipitarem-se nas suas decisões, com pouca informação recolhida para gerir consequências.
A parar pílulas quando sofrem de anemias graves, por exemplo, a querer tirar os DIU’s hormonais para se atirarem a um suposto controlo natural de fertilidade quando não estão dispostas ao compromisso de validar e cruzar indicadores, ou cuja prática “natural” não inclui método barreira – e todas a lograrem as suas expectativas.
Largar a pílula (ou qualquer outra contraceção hormonal) para viver no medo de engravidar, e com isso matar a expressão sexual, não é saída. Estar sempre em aflitos com medo que o parceiro se descuide ou que venha com a conversa do “só hoje”, também não.
Praticar gestão natural de fertilidade a 50% não é aplicar o método, é ter fé que corra bem. E, do lado de cá, posso dizer-vos: não corre. Nos últimos dois anos a quantidade de IVGs que tenho acompanhado são quase equivalentes aos números de gravidezes anuais…
Resumindo:
Temos de avaliar cuidadosamente o que nos serve.
Temos de nos informar e procurar respostas.
Temos de perceber o que estamos dispostas (a sós e enquanto elemento num casal) a fazer.
A conclusão a que chegarmos, é a que for. E está tudo bem.
Por vezes, ainda ouço “eu sei que és contra a pílula” – ??
Curiosamente não sou contra nada, a não ser contra a desinformação e decisões precipitadas ou resultantes de pressão…
Até acho que parar a pílula para andar a shots de Provera para sangrar ou a pílulas do dia seguinte para não engravidar, não é vida para ninguém – e vejo muito disso…
Precisamos de mais e melhor informação, e sobretudo de acabar com o “shaming” e culpabilização de quem opta em consciência e responsabilidade por aquilo que lhes faz sentido.
Não queremos todas ser Deusas.
Não gostamos todas de menstruar.
Nem todas se sentem mal ou sem líbido com a hormonas sintéticas e há quem apresente determinadas condições de saúde que até melhoram substancialmente com a contraceção hormonal.
Quem se sente mal com ela ou acha que deixou de lhe fazer sentido, procure alternativas compatíveis com o que está disposta a fazer. O grau de eficácia de muitas opções (naturais ou não) decorre diretamente da forma como fazemos a sua toma e uso.
Com pílula ou sem ela, e pela enésima vez, vamos apenas não esquecer que o mal-amado preservativo é o único que nos protege de DST’s.
O Círculo Perfeito é um espaço aberto e de diálogo, com o objetivo de educar para o ciclo menstrual, saúde menstrual e fertilidade.
É pró-informação. Não é anti-pílula.
Acredito sinceramente que não se pode ser “pró-mulheres” e “anti-escolhas!”
Cada uma no seu caminho, a seu tempo <3