Consciência de Ciclo

A Consciência de Ciclo passa por compreender o ciclo menstrual, olhando para lá da sua parte visível (menstruação), e entender de que forma as alterações hormonais impactam directamente no nosso corpo e quotidiano, e o que podemos fazer quanto isso.

Um dos propósitos do Círculo Perfeito é também divulgar a Consciência de Ciclo, permitindo às mulheres entender a sua linguagem e utilizá-la como sistema de biofeedback interno, potenciando uma vida mais saudável e de maior cuidado consigo próprias, ligando-as de forma directa e diária ao seu corpo e à sua sexualidade.

Porquê? Porque o ciclo menstrual não é uma coisa avulsa que acontece no nosso corpo sem motivo, nem serve só para engravidar. O ciclo mantém-nos conectadas a nós próprias.

“hmmm, ‘conectada’, está bem…” – pensarás tu.
Percebo perfeitamente. Quando comecei este trabalho isto soava a conversa new age para a maioria das mulheres ?

Felizmente, no final de 2015, a ACOG – American College of Obstetricians and Gynecologists decidiu vir “dar-me uma ajuda”, publicando novas linhas orientadoras para médicos, técnicos de saúde, cuidadores e público em geral confirmando que o ciclo menstrual deve ser olhado como um sinal vital da saúde: ou seja, um indicador de saúde ou falta dela, independentemente da fase de vida em que nos encontramos e do que pretendemos fazer com a nossa fertilidade.

Assim, a Consciência de Ciclo sugere uma nova perspectiva de nós próprias: um só corpo e mente, a funcionar em sintonia e em co-dependência – o que basicamente é a definição integrada do conceito de “Saúde” da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Portanto, o primeiro passo é compreendermos o ciclo em si, depois as hormonas e por fim o corpo, lido à luz das manifestações do ciclo em cada mulher, nas suas diferentes fases de vida.

O ciclo menstrual é composto de dois ciclos internos: o ovárico (que garante a ovulação) e o uterino (o revestimento cíclico das paredes do útero). São estes os dois pólos que organizam o ciclo: ovulação e menstruação. É em torno deles que a Consciência de Ciclo se desenvolve pela importância que cada uma destas fases assume em termos de assinatura hormonal.

Entender reacções físicas e emocionais (sejam cravings alimentares, picos de ansiedade, inchaço, necessidade de estar sozinha, vontade de mudar, agressividade, irritação ou choro fácil, oscilações na libido, etc.) como parte integrante do todo, ajuda-nos a encontrar padrões de comportamento que nos proporcionam pistas valiosas sobre como cuidar melhor de nós, quer física quer psicologicamente.

Contudo, o enquadramento deste tópico no Círculo Perfeito não passa por nos justificarmos nas hormonas e levarmos meio ciclo a desculparmo-nos e a desculpabilizarmo-nos pelo que fizemos no outro meio porque “somos cíclicas”… Afinal somos indivíduos capazes, pensantes e com livre arbítrio, certo? ? 

Bons Ciclos!